Agência Mídia Livre entrevistou um dos ícones da produção artística informal, que usa as ruas da Lapa como palco, o gaúcho Silvio Oliveira. De Porto Alegre pra Lapa, já são dez anos com passagens por Cuba, Jamaica e até China.
Conheça mais sobre o trabalho desse cantor e compositor que aglomera multidões na rua Joaquim Silva e é simbolo de resistência cultural das ruas.
Agência Mídia Livre - Como é ser um músico que usa a rua como palco, no Rio de Janeiro?
Silvio Oliveira - É adorável e critico, porque a rua nunca vai ser o palco que o músico sonha, aqui no rio a beleza da cidade e a energia do povo carioca, a noite carioca, faz você pensar que a rua é o palco ideal. Tocar na rua pra mim foi uma coisa que aconteceu sem querer, quando vi tava acontecendo, na verdade a rua me deixa tímido e acho que não é o ideal , vc depende muito de tudo, se a Policia vai deixar você trabalhar, se vai chover, é complicado...
AML - Você acredita que a revitalização cultural da Lapa excluiu artistas que já usavam a rua para se apresentar?
Silvio - Acho que, como um bom projeto a musica na rua não para, gosto muito de tocar na rua porque o contato é na hora com o publico, a gente sente a vibração das pessoas, que dão opinião sobre seu trabalho, cantam junto, compram seu CD ou não, na hora, é muito bom, mas tudo tem seu tempo, eu ja tive a oportunidade de ir para Jamaica tocando na rua, tenho outros planos, quero tocar em Bares, Casas de Shows, lugares fechados para um publico mais intimista, mostrar meu trabalho de voz e violão. Atualmente estou divulgando este primeiro CD que chama Valeu valeu!!! que é também o nome da música de trabalho, mas sempre que puder quero paricipar de projétos de rua principalmente se for em comunidades carentes.
AML - A Lapa é um caldeirão cultural, como isso influencia sua música?
Silvio - Com certeza influi 100%. Também sou DJ de Bares com tendências para o Reggae, por dois anos fui Dj residente do Bar do Reggae na Rua Joaquim Silva) participei um tempo como baterista acompanhando bandas de samba e pagode, músicos que eu acompanhava como baterista , depois de alguns conhecimentos tive passagem por bandas como: Bandas Rio Reggae, Bob Marley Couvert, Limousine Negra onde aprendi muito, até começar a divulgar meu trabalho com voz e violão. Hoje eu misturo tudo isso e mando a minha musica.
AML - O que acha das ações do Choque de Ordem na região?
Silvio - No inicio era uma coisa meio descontrolada, parecia que os agentes do choque de ordem não sabiam o que fazer , cada dia era uma lei, a gente nunca sabia se podia tocar ou não, parecia que a unica intenção era acabar com o movimento cultural que acontece na Rua Joaquim Silva , onde se reunem músicos, artesões, artistas de todas as classes e niveis sociais para ouvir música boa, pessoas que sobrevivem do comércio ambulante e a música acontece ao vivo, pessoas do mundo inteiro vem conhecer o corredor cultural que é a rua Joaquim Silva. Hoje ta mais tranquila a relação entre trabalhadores da Joaquim Silva e o pessoal do choque de ordem e até a relação dos trabalhadores com Policia Militar.
AML - Depois de um CD lançado, um DVD em finalização, o público pode esperar mais algum projeto?
Silvio - Na verdade a gente ta acabando a edição do DVD, e o próximo trabalho vai ser exatamente a divulgação desse DVD e a continuação de trabalho com o CD Valeu valeu!!!, DVD - produção de André Pamplona e CD - Produção Estudio Musi-k.
AML - Informe sua agenda de shows:
Silvio - Atualmente nosso projéto é continuar este trabalho às sextas e sábados juntamente com a marca Visto Rasta na Rua Joaquim Silva a partir das 22:00 (Lapa), próximo aos Arcos da Lapa no Espaço Rasta.
sil.china@hotmail.com - www.palcomp3.com/sill
Reggae Cultura Produções.
Fone: 21 9386.1771 / 2507.1793
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